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Propósitos ou desafios

21 de junho de 2017
Luciano Magalhães

 

A pesquisa florestal brasileira tem como um de seus objetivos fomentar o silvicultor brasileiro em seu mais amplo espectro de necessidades?

 

Os agentes financeiros dispõem de linhas de créditos de médio e longo prazos adequados aos investimentos florestais?

 

Os técnicos voltados ao agronegócio elaboram projetos consistentes do ponto de vista econômico e condizentes com os sites do país?

 

Quanto custa ao Brasil estes investimentos de tempo e de recursos em projetos mal fundamentados? E quando, na melhor das boas intensões, orienta-se o produtor, que acreditando em fracas premissas, percebe apenas no vencimento do financiamento que o resultado esperado não foi obtido?

 

Como se não bastasse, há ainda o efeito inflacionário impactante na economia do país, que com certeza investe e espera dos agronegócios grande geração de valor por real aplicado. O efeito multiplicador de resultados negativos, ou seja, não alcançados, viaja na velocidade da luz.

 

No estágio de desenvolvimento em que se encontra os SAFs (Sistemas Agroflorestais), pode-se gerar para o mercado uma cartilha objetiva, com meia dúzia de páginas, registrando seus principais fundamentos, ou seja, seus fatores de sucessos e incentivando variações criativas em no máximo 10% da área do projeto como Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

 

É hora de trazermos confiança para os investidores em agronegócios, permitindo-lhes acesso ao crédito com credibilidade por parte das financiadoras.

 

Os SAFs são, quando bem conduzidos, tão fantásticos, que o resultado obtido com seus produtos de curto prazo (culturas agrícolas e animais) garante custo zero para seu produto de maior valor agregado (madeira), tornando-se imbatível quanto à geração de valores para o produtor rural.

 

Para muitos, o estado da arte desta técnica, e que a ciência deveria estar focada em atingi-la, será quando a madeira produzida for obtida a custo zero, ficando os investimentos nas alternativas parceiras, responsáveis por garantir fluxo de caixa positivo.

 

Isso significa, na fase de planejamento, alocar recursos em consórcios alinhados com a capacidade dos sites, vocações regionais e desejos do mercado. Quando, no mínimo, isto não for possível, devemos aconselhar ao produtor não investir.

 

Em um consórcio, cada componente deve oferecer ao outro, a nível de ambiência, melhorias contínuas e concretas contribuindo para o aumento de produtividade.

 

Muitas vezes abrimos mãos disso, priorizando um ou outro elemento componente do sistema, atendendo particularidades e exigências específicas de um produto que otimizamos e maximizamos a produção.

 

É muito importante quando se planeja uma modalidade de SAF, registrar e fazer prevalecer premissas, destacando que produtividade é dentre outros, função de:

  • volume: que é função quadrática de diâmetro, e que este é inversamente proporcional ao nº de plantas por hectare.
  • custo por hectare: que por sua vez é função direta do espaçamento (nº de mudas por hectare, nº de metros de sulco por hectare).
  • índice de mecanização.
  • produção em m³ por hectare;
  • qualidade e tipo de madeira;
  • destinação;

 

A profissionalização crescente entre os que trabalham realmente a terra, cada vez mais, nos levam a uma visão holística das atividades no campo, em busca da real competitividade.

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