Blog

A importância da análise de solo

25 de junho de 2017
Luciano Magalhães

Para o planejamento racional de um empreendimento agroflorestal, a ser desenvolvido em qualquer propriedade, deve-se inicialmente (e continuamente) avaliar a capacidade do uso do solo, que é diretamente relacionada com suas propriedades físicas e químicas.

 

É a análise do solo, sua interpretação e consequente avaliação do estado nutricional das plantas, que permitem ao investidor agir pró ativamente ou corretivamente para adequar as condições do solo às condições necessárias aos cultivos agrícolas ou florestais.

 

anc3a1lise-solo.png

Figura 1 - Coleta de amsotras de solo

 

Para se ter uma análise de solo confiável, que realmente represente as características do solo, deve-se atentar para três aspectos:

 

1)As amostras de solo coletadas, a serem enviadas para o laboratório, devem garantir representatividade e repetibilidade.

 

Uma confiável coleta de amostras visa economia e racionalidade para atingir o objetivo de um diagnóstico eficiente da real situação dos solos. Assim, quanto melhor a amostragem, melhor será o diagnóstico da situação atual do solo e os resultados colhidos no futuro.

 

Garantir a representatividade das amostras de solo significa coletar amostras em cada ocorrência de solo diferente; ou seja; garantir que as amostras coletadas representem os diversos tipos de solo existentes na propriedade, onde se realizam ou realizarão os cultivos agroflorestais.

 

Garantir a repetibilidade, significa, em uma área a ser amostrada, ou seja, para cada tipo de solo, repetir as amostras nesta área, obtendo ao final, pelo menos 2 amostras compostas de cada profundidade: 0-20cm e 20-40cm.

 

É importante considerar não só a variabilidade horizontal (extensão amostrada), mas sobretudo a vertical (profundidade). As amostras permitem conhecer o horizonte de fertilidade da propriedade. A análise física permite conhecer a estrutura do solo e sua composição de argila, areia, silte, entre outros. A análise química permite conhecer os componentes químicos (cálcio, fósforo, etc.) presentes no solo. Ambas permitem acompanhar a evolução do manejo de fertilidade dos sistemas de plantio.

 

2) As amostras compostas devem ser devidamente identificadas.

 

A etiqueta de identificação deve ser afixada ou colada na área externa do saco plástico que contém a amostra e deve-se evitar o contato com a umidade, o que poderia danificá-la, inviabilizando sua identificação no laboratório.

 

As informações mínimas que devem conter na etiqueta de identificação da amostra composta são: número da amostra (1 a n), profundidade (0-20cm / 20-40cm) município e estado, proprietário, nome da fazenda (propriedade), conforme mostra a figura abaixo.

 

etiqueta1.png

 

Importante: Registro do histórico da amostra a ser enviada para o laboratório

 

A identificação na etiqueta contém apenas algumas características básicas da amostra. Cabe ao responsável pela coleta das amostras fazer o registro completo (histórico) de todas as observações referentes ao processo, como por exemplo:

  • Data de coleta da amostra;
  • Local em que foi retirada a amostra (a pessoa deve saber onde a mostra foi retirada);
  • Registrar caso ocorra: afloramentos rochosos, camadas de impedimento;
  • Tipo de cobertura vegetal;
  • Atual uso do solo, dentre outras que achar relevante.

 

3) As amostras compostas devem ser enviadas a um laboratório confiável, para análise.

 

Um laboratório próximo a sua região pode evitar custos de transporte. Caso envie as amostras por correio, certifique-se do seu bom acondicionamento.

 

O peso de cada amostra composta, a ser contido no saco plástico e suficiente para realizar a análise química de macro e micronutrientes e análise física do solo, é entre 500g e 600g.

 

É importante especificar claramente que tipo de análise de solo deseja-se obter do laboratório. As análises podem ser física, na qual textura e granulometria são analisadas, bem como químicas de: macronutrientes (pH, matéria orgânica, Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, acidez total, etc) e de micronutrientes (Boro, Cobre, Ferro, Manganês e Zinco).

 

CONCLUSÃO

 

A disponibilidade dos nutrientes no solo, obtida com base na análise de sua fertilidade, permitirá tomar decisões para corrigir a acidez do solo (por exemplo com a adição de calcário) e para corrigir a falta de nutrientes no solo (por exemplo com adição de fertilizantes ou adubos).

 

A decisão do que, quando e quanto prover ao solo deve ser feita com base na análise de fertilidade deste e com o auxílio de um profissional que possua conhecimento e domínio sobre o assunto.

 

Ao realizar e enviar uma coleta confiável de solo para análise, o agricultor só tem a ganhar:terá um diagnóstico para aplicação racional de fertilizantes e adubos.

Comente essa publicação